Elevadores e Ascensores: Pilares da Mobilidade em Lisboa

elevador

Os elevadores e ascensores de Lisboa são a prova de que a mobilidade pode ser funcional, sustentável e, ao mesmo tempo, parte da identidade cultural da cidade. Desde o final do século XIX, estas soluções engenhosas ajudam a vencer as íngremes colinas da capital, ligando bairros históricos sem emissões e com um charme que conquistou tanto locais como visitantes.

Estima-se que milhões de passageiros por ano utilizem estes meios de transporte, entre lisboetas e turistas.

O seu papel é duplo: garantir a mobilidade urbana sem emissões, unindo zonas cruciais da cidade, e reforçar a identidade cultural de Lisboa, que assim se distingue de forma única entre as capitais europeias.

elevador

Quais são os elevadores de Lisboa e quando surgiram?
  • Elevador de Santa Justa (1902): projectado por Raoul Mesnier du Ponsard, une a Baixa ao Largo do Carmo. Funcionou a vapor antes de ser electrificado. Hoje é Monumento Nacional e um dos mais fotografados da cidade.
  • Ascensor do Lavra (1884): o mais antigo, ligando a Avenida da Liberdade à Rua Câmara Pestana. Começou a vapor e passou depois a tracção eléctrica.
  • Ascensor da Glória (1885): liga a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto. É o mais popular e também Monumento Nacional.
  • Ascensor da Bica (1892): percorre a Rua da Bica de Duarte Belo até ao Largo do Calhariz, com vista pitoresca sobre o Tejo. É Monumento Nacional e dos mais emblemáticos.
  • Elevador do Castelo (2013): moderno, eléctrico, facilita o acesso da Baixa ao Castelo de São Jorge.
  • Elevador de Santa Luzia (2015): interliga a zona da Portas do Sol ao miradouro de Santa Luzia.
  • Elevador da Baixa (2016): sistema mecânico e eléctrico que aproxima a Rua dos Fanqueiros do Castelo, reforçando a ligação pedonal da cidade histórica.

Os elevadores e ascensores de Lisboa são muito mais do que postais vivos de Lisboa. Representam soluções de mobilidade sustentável que, desde o final do século XIX, ajudam a vencer as íngremes colinas da capital.

Mobilidade e turismo

Inicialmente criados para servir os lisboetas que viviam nas colinas e trabalhavam na Baixa, os elevadores e ascensores rapidamente se tornaram também ícones turísticos.

Hoje, funcionam como transporte útil, spots fotográficos, cenários de cinema e televisão, bem como de experiências obrigatórias para quem visita Lisboa.

Com o boom do turismo, filas diárias junto ao Elevador de Santa Justa, Bica ou Glória confirmam a sua popularidade e importância. Ajudaram, inclusive, a projectar Lisboa como uma das capitais mais fotogénicas da Europa.

Por conseguinte, Lisboa não seria a mesma sem os seus elevadores e ascensores. Estes meios de transporte, que nasceram como resposta às necessidades de mobilidade do século XIX, são hoje símbolos da cidade, monumentos nacionais e peças fundamentais de uma mobilidade urbana sem emissões.

Mais do que transportar passageiros, transportam história, cultura e o espírito único de Lisboa.

elevador

Monumentos nacionais e ícones culturais

O Elevador de Santa Justa e os ascensores da Bica, da Glória e do Lavra estão classificados como Monumentos Nacionais. O seu valor arquitectónico e cultural é reconhecido como parte integrante do património lisboeta.

Além disso, muitos destes elevadores surgiram em filmes e séries internacionais, reforçando a sua imagem global e tornando-se verdadeiros postais vivos da cidade.

Apesar da sua longa história, não existem registos de muitos incidentes e nenhum com a gravidade daquele que ocorreu dia 3 de Setembro de 2025.

Curiosamente, é precisamente o Ascensor da Glória que regista incidentes. Dois para ser mais preciso:

  • 7 de Maio de 2018 – Descarrilamento devido à manutenção insuficiente das rodas, sem vítimas, mas o serviço foi interrompido por cerca de um mês.
  • 3 de Setembro de 2025: grave descarrilamento com vítimas mortais e dezenas de feridos. A investigação da causa ou causas ainda decorre.

No início do século, em 1914 ou 1916 (alguns relatos apontam as duas datas), o Ascensor da Bica sofreu também um acidente grave durante os trabalhos de electrificação. Antes disso funcionava a vapor. Felizmente apenas com danos materiais, mas obrigou à interrupção do serviço durante vários anos.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *