O Citroën C3 Aircross chega a 2025 de cara lavada. Esqueceu a versão anterior e agora mostra-se mais vertical, com uma frente em “Y” luminosa e um ar robusto que me transmite muita segurança.
Atrás, tem um portão largo, daqueles que facilitam a vida a quem anda sempre a carregar malas, carrinhos de bebé e a inevitável tralha que vem com gémeos de dois anos.
O vidro à volta é generoso. Para mim não serve só para a estética. Deixa o carro cheio de luz e dá-me mais visibilidade quando estou ao volante.
Além disso, como as janelas são grandes, as viagens torna-se menos aborrecidas para eles, porque podem ver o mundo acontecer fora do carro. Quem lida com manhãs caóticas sabe o quanto isto vale.
Habitabilidade surpreendente e até sete lugares
Apesar de não ser um gigante por fora, o Aircross pode vir até com sete lugares. No meu caso, com dois miúdos pequenos, a versão de cinco chega bem.
Para uma família pequena mas com muitos acessórios (e eu sei bem o que isso é…), o facto de o banco traseiro deslizar para trás e para a frente pode ajudar. O volume da bagageira pode ir dos 460 aos 520 litros, consoante se quer espaço para quem se senta no banco detrás, ou para transportar mais coisas. Carrinhos, mochilas, brinquedos e compras, coube (quase) tudo o que precisei nos dias em que o tive comigo.
A altura da carroçaria e as portas grandes são outro detalhe que gostei. Porque me ajudaram a instalar as cadeirinhas e a sentar nelas os miúdos. Fiz menos esforço e as as minhas costas agradeceram por isso.
Interior que facilita a vida
Por dentro, o C3 Aircross aposta no conforto e no “lado prático da vida”, como diriam os Monthy Phyton se este SUV fizesse parte da vida de Bryan.
Gosto da posição de condução mais alta. Dá-me confiança, sobretudo em cidade, onde o estacionamento é cada vez mais uma dor de cabeça que tento evitar ao máximo.
Os bancos são confortáveis o suficiente para viagens longas. E a suspensão, fiel à fama que a Citroën tem, absorve bem as irregularidades da estrada.
Detalhes de tecnologia que ajudam a salvar o dia
O novo ecrã central é intuitivo e funciona com Android Auto e Apple CarPlay.
Há USB-C suficientes para carregar tablets e telemóveis, o que significa menos birras na estrada.
E, nas versões mais equipadas, a câmara 360 e o estacionamento automático são verdadeiros salva-vidas para quem passa mais tempo de vida do que gostaria em parques de shopping ou tem de estacionar em locais apertadas.
Entre birras no banco de trás e músicas no máximo, é aqui que sei se um carro é feito para a vida real.
Um carro que não complica
Testei a versão com motor 1.2 PureTech turbo de 100 cv e caixa manual de seis velocidades.
Não é um carro para emoções fortes, mas cumpre bem: eficiente, gasta pouco (abaixo dos 6 l/100 km) e não me obriga a pensar demasiado nele. A direção leve e o raio de viragem curto tornam-no ágil na cidade. Perfeito para escapar ao trânsito ou meter-se em ruas mais estreitas sem dramas.
O silêncio a bordo é agradável, embora tenha notado algum ruído em pisos irregulares.
Para mim, o essencial é que a condução seja intuitiva e fácil. Porque, entre o trânsito e o meu cérebro a disparar ideias para campanhas, já tenho distracções suficientes para ocupar a mente.
O momento de espreitar preços e rivais
Fui ao site da Citroën espreitar os preços e fiquei surpreendida. O C3 Aircross arranca abaixo dos 20 mil euros, o que não é nada mau para um SUV com tanto espaço.
A gama tem várias versões, incluindo micro-híbridos e até um 100% eléctrico com autonomia a rondar os 300 km.
Depois, claro, tive de puxar pelo meu “consultor automóvel” cá de casa. Sim, o meu marido adora mergulhar em comparativos e fichas técnicas.
Segundo ele, os rivais mais diretos são o Opel Frontera (que até partilha muita coisa com este Citroën), o Dacia Duster (imparável na relação preço) e o Renault Captur (também com um interior muito versátil). Se subirmos um pouco de preço, já entram em jogo o Peugeot 2008 e o VW T-Cross. Mas esses jogam noutro campeonato.
Por fim, há um pormenor tipicamente português que não posso deixar passar: o Aircross paga Classe 2 nas portagens… a não ser que use Via Verde. Para famílias que andam muito na estrada, pode parecer detalhe, mas eu sei bem como cada euro conta no fim do mês.
UM SUV que percebe famílias reais
Este novo Citroën C3 Aircross não é só a geração seguinte, é quase um reset completo.
Para mim, o que conta é simples: espaço para os miúdos e para a tralha que vem com eles, conforto suficiente para não chegar ao fim do dia já cansada só da viagem, e tecnologia que me salve nos momentos críticos.
Não é o SUV que me tenha acelerado o coração pela emoção, mas deu-me paz mental em muitos momentos. E isso, na fase da vida em que estou, vale ouro.
Foi cúmplice no quotidiano, prático sem ser aborrecido, e ainda me deu momentos de luxo: eu, o carro, a estrada, a música sem interrupções…
Novo em 2025: Citroën C3 Aircross
Ficha Técnica do Citroën C3 Aircross 1.2 Turbo 100cv
| Motor | 1.2 L, 3 cilindros Turbo, 100 cv @ 5 500 rpm, 205 Nm @ 1 750 rpm |
|---|---|
| Transmissão | Manual, 6 velocidades, tração dianteira |
| Aceleração (0–100 km/h) | 19,5 segundos |
| Velocidade máxima | 179 km/h |
| Consumo combinado | 5,0 l/100 km (WLTP) |
| Emissões CO₂ | 139 g/km |
| Dimensões (C × L × A) | 4.395 × 1.850/2.020 × 1.660 mm |
| Distância Entre-eixos | 2.670 mm |
| Altura ao solo | 200 mm |
| Bagageira (5 lugares) | 460 a 520 L; até 1.600 L com bancos rebatidos |
| Peso vazio | 1.179 kg |
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