A Michelin revelou que está preparada para aplicar a regulamentação Euro 7 já em 2028 em todos os produtos novos e, até 2030, em todo o portfólio de pneus para automóveis.
Os pneus estão no centro das estratégias de sustentabilidade corporativa, uma vez que são um requisito técnico muito importante para as empresas com frotas poderem cumprir metas de ESG (Environmental, Social and Governance).
Pneus e ESG: um detalhe que faz a diferença
Quando se fala em estratégias ESG, junto com electrificação, combustíveis alternativos ou optimização logística, a escolha dos pneus é um dos temas menos evidente, mas com um impacto ambiental e económico significativo:
- Ambiental (E), porque pneus de elevada qualidade técnica contribuem para reduzir emissões de partículas de desgaste e contribuem para a qualidade do ar.
- Social (S), porque pneus de qualidade aumentam a segurança rodoviária e reduzem a probabilidade de acidentes relacionados com o desgaste excessivo deste componente.
- Governança (G), porque a escolha de fornecedores comprometidos com o cumprimento de normas ESG e com regulamentos como a Euro 7 revela transparência e responsabilidade corporativa.
Por conseguinte, a escolha de pneus alinhados a normas como a Euro 7 deixa de ser apenas uma questão técnica, tornando-se uma decisão estratégica de sustentabilidade.
Euro 7: uma regulamentação para mobilidade mais limpa
Adoptada em abril de 2024, a norma Euro 7 introduz limites inéditos para emissões de desgaste dos pneus. Estima-se que o transporte rodoviário na Europa gere quase 500 mil toneladas métricas de partículas por ano.
Ao aplicar padrões rigorosos, a Euro 7 permitirá que apenas pneus mais sustentáveis permaneçam no mercado europeu, valorizando fabricantes comprometidos com inovação e qualidade ambiental.
Contudo, há riscos e limitações. A eficácia da Euro 7 depende de um método de teste rigoroso e realista.
Métodos de teste de pneus
Actualmente, existem duas abordagens em discussão:
- Testes Reais em Estrada: mede as emissões em condições de uso real, proporcionando resultados confiáveis e representativos. Testes reais em estrada já são aplicados pela indústria e validados por entidades como a ADAC. Oferecem resultados transparentes e replicáveis, medindo emissões em condições reais de uso. Por isso, é a abordagem preferida pela indústria automóvel e pela própria Michelin, que o considera o pilar mais robusto para a nova regulamentação.
- Método de Tambor, também conhecido como teste em tambor rotacional: simula as condições de estrada e o comportamento do pneu em diferentes tipos de superfícies e velocidades, mas de forma controlada, sem precisar sair do laboratório. Esta alternativa, ainda em desenvolvimento, não é transparente nem totalmente fiável. Os resultados podem ser manipulados e não reflectem com precisão as emissões reais, o que pode levar a riscos económicos e ambientais significativos. A Michelin alerta que a adopção deste método pode comprometer a eficácia do Euro 7 e incentivar a importação de pneus de menor qualidade.

Por conseguinte, a Michelin defende a aplicação imediata dos testes em estrada. Enquanto isso, continua a trabalhar em conjunto com a indústria para aprimorar o método de laboratório, garantindo assim que a regulamentação Euro 7 cumpra o seu objectivo de proteger o ambiente e recompensar os fabricantes que investem em inovação sustentável.
À medida que a Europa equilibra o apoio à indústria com as suas metas ambientais, as decisões sobre o método de teste de pneus Euro 7 refletem um dilema: ou apoiar a inovação e o rigor em prol do meio ambiente ou aceitar compromissos que enfraquecem a norma e prejudicam os responsáveis
Duas décadas a reduzir emissões
A Michelin investe em P&D desde 2005 para compreender e reduzir o desgaste dos pneus, um dos principais fatores de emissão de partículas:
- Em 2025, estudo com 160 modelos mostrou que os pneus Michelin emitem 26% menos partículas do que concorrentes premium.
- Entre 2015 e 2020, a marca reduziu em 5% as emissões de desgaste, evitando 100 mil toneladas métricas de partículas.
- Essa trajectória reforça o compromisso da empresa em oferecer produtos alinhados com ESG e preparados para o futuro da mobilidade.
Michelin comprometida com a estratégia ESG das frotas
Com a antecipação da Euro 7, a Michelin realça o reforço da sua estratégia para que os pneus não sejam apenas um item técnico, mas um instrumento estratégico para atingir metas ESG.
Porque, para gestores de frota, optar por pneus inovadores e sustentáveis significa:
- Cumprir regulamentos ambientais e reduzir riscos legais.
- Contribuir para metas ESG corporativas, ganhando credibilidade junto a investidores e clientes.
- Reduzir custos operacionais com pneus mais duráveis e eficientes.












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