Importar um carro usado da UE compensa? Guia para comprar, trazer e legalizar em Portugal

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Compensa importar um carro usado da União Europeia? As estatísticas dizem que sim: em 2024, entraram no país quase 110 mil ligeiros importados, segundo a ACAP.

Tudo indica que 2025 deverá superar este número. Curiosamente, a maioria continua a ser a gasóleo, numa trajetória oposta à eletrificação que domina as vendas de carros novos.

Logo, importar um carro usado continua a ser uma opção atrativa para muitos portugueses. A razão é simples: mais oferta e preços invariavelmente mais competitivos do que no mercado nacional.

Em 2025, importar carros usados ficou mais barato em Portugal devido a alterações no cálculo do ISV, com descontos de idade mais justos e aplicáveis tanto à cilindrada quanto à componente ambiental. Estes ajustes beneficiam especialmente veículos com 10 ou mais anos.

Onde procurar e como escolher

Comprar um usado noutro país da UE é um processo acessível a qualquer particular. O primeiro passo é encontrar o carro certo.

Portais como mobile.de e AutoScout24 permitem comparar milhares de propostas.

Aspectos fundamentais a confirmar:

  • Certificado de matrícula;
  • Histórico de manutenção;
  • Certificado de Conformidade COC;
  • Registos de inspeções;
  • Histórico pelo VIN para despistar acidentes ou reparações de grande dimensão;
  • Verificação de recalls do fabricante;
  • Fatura detalhada, essencial para efeitos de IVA

Se o carro não tiver COC, será necessário pedi-lo ao importador oficial da marca. Isso pode acrescentar tempo e custos.

Como trazer o carro para Portugal

Existem duas opções:

  • Conduzir o carro com matrículas temporárias de exportação;
  • Recorrer a uma transportadora especializada, que recolhe o carro no estrangeiro e o entrega em Portugal.

A segunda solução é mais cara, mas também mais cómoda e evita a necessidade de contratar seguro temporário.

Inspeção do Veículo

A legalização em Portugal começa pela inspeção para atribuição de matrícula.

Este exame é realizado pelo IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes) ou por entidades credenciadas para verificar se um veículo importado cumpre os requisitos legais para circular em Portugal.

Verifica-se:

  • Conformidade do chassis e motor;
  • Conformidade do VIN (número de identificação do veículo);
  • Estado geral do veículo e do equipamento obrigatório;
  • Documentação europeia (certificado COC ou equivalente).

Se aprovado, o IMT autoriza a emissão da matrícula portuguesa e o registo do veículo em Portugal.

ISV, CO₂ e descontos por idade

A declaração do veículo no Portal das Finanças determina o valor do ISV a pagar.

O ISV baseia-se em dois componentes: cilindrada e emissões de CO₂.

Nos últimos anos, o CO₂ tem um peso cada vez maior e pode tornar a importação menos vantajosa em carros com emissões elevadas. Modelos grandes ou pouco eficientes podem, por isso, perder competitividade, mesmo quando o preço inicial no estrangeiro é atrativo.

Por outro lado, carros com baixas emissões, híbridos ou elétricos beneficiam de enquadramentos fiscais mais favoráveis.

Os usados têm ainda uma vantagem importante: o ISV é reduzido progressivamente com a idade do carro.

Quanto mais anos e quilometragem, maior a dedução aplicada. Este desconto pode ser decisivo para que a importação compense financeiramente.

Registos finais e custos a não esquecer

Depois do pagamento do ISV, é necessário:

  • Pedir matrícula no IMT;
  • Registar o veículo;
  • Obter o Documento Único Automóvel;
  • Pagar o IUC;
  • Fazer o seguro automóvel.

Dicas importantes no momento da aquisição

Convém:

  • Verificar se o número de chassis corresponde a toda a documentação;
  • Desconfiar de quilometragens irreais;
  • Calcular todos os custos antes da compra é essencial: transporte, inspeção, ISV, registo e IUC;
  • Tratar de tudo sozinho pode compensar em termos financeiros. Mas existem empresas especializadas que acompanham o comprador desde a escolha até à entrega legalizada em Portugal, reduzindo burocracia e riscos.

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